Poesia  /  A Saca de Orelhas  /  O Osso

O Osso

No verde manto do tempo, Luís,
Um osso alveja: resto de almoço
campestre ou rupestre ferramenta?

A montante, algum dente o esburgou,
alguma boca lhe comeu a carne.

Instrumento, ou despojo para trás das costas
jogado, o osso vai ser coberto
pela neve fria, a seu tempo.

Não pranteies, Luís, sobre a sazonal
presença, em fundo verde ou branco,
do osso, que não podemos nada
contra ele.

Enxuga-me, Luís, esse relento de alma,
que o osso o melhor é contorná-lo.

O Osso
Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Ao navegar no site está a consentir na sua utilização.
Caso pretenda saber mais, consulte a nossa política de privacidade