O Osso
No verde manto do tempo, Luís,
Um osso alveja: resto de almoço
campestre ou rupestre ferramenta?
A montante, algum dente o esburgou,
alguma boca lhe comeu a carne.
Instrumento, ou despojo para trás das costas
jogado, o osso vai ser coberto
pela neve fria, a seu tempo.
Não pranteies, Luís, sobre a sazonal
presença, em fundo verde ou branco,
do osso, que não podemos nada
contra ele.
Enxuga-me, Luís, esse relento de alma,
que o osso o melhor é contorná-lo.