«Ninguém Se Mexa! Mãos ao Ar!»
«Ninguém se mexa! Mãos ao ar!» disse o histérico
e frívolo homenzinho com mais medo
da arma que empunhava que de nós.
«Mãos ao ar!», repetiu para convencer-se.
Mas ninguém se mexeu, como ele queria…
Deu-lhe então a maldade. Quase à toa,
escaqueirou o espelho biselado
que tinha as Boas-Festas da gerência
escritas a sabão. Todos baixámos,
medrosos, a cabeça. Se era um louco,
melhor deixá-lo. (O barman escondera-se
por detrás do balcão.) Ali estivemos
um ror de medo, até que o rabioso
virou a arma à boca e disparou.