Estórias Quadradinhas: Marjorie Freitas
Marjorie. Tu.
Escondias, Marjorie, as bolas de ténis soblusa? De raquete peneirando o ar, Mar, como coravas ao passar por mim, lesma escorrendo pelo muro!
Lesma com coração de pardal, era eu quem passava por ti, Mar, quando tu – branca, loura, rósea, azul – passavas!
Lesma-relógio-de-sol no muro. Relógio de sol com descompassos de relógio de corda.
Marjorie de um verão – de raquete peneirando o tempo!
Mrs. Freitas. Você?
Que fez você dos seus quinze anos? Freitas é um boçal. Não é? Ora… Inglesa do cabo submarino nas mãos de corticeiro alentejano. Seis filhos. Sabe que mais? Mulher quer é estabilidade, segurança. Uma vara de filhos. Fins-de-semana no monte. Férias no monte. A manápula do Freitas na garupa, como se diz em português-macho. Ou no copo?
Que fez você, Marjorie, dos seus quinze anos?
Lesma engravatada, escorro entre muros e traições. Que fiz eu dos meus quinze?
Marjorie. Mar.
As bolas de ténis soblusa?