A Levedura de Cerveja
Que bem queme tem feito a levedura
‘ de cerveja!
Limpou-me a casposa brotoeja
‘ e a literatura!
Ou será a pulseira japonesa
‘ que me prende à saúde?
Ou esses banhos em que o corpo exsuda
‘ à finlandesa?
À porta dos quarenta todo o cuidado
‘ é pouco!
Devaneios? Pois sim… Allegro ma non troppo…
‘ … e há-de ser dado!
Quem sabe se, minaz, um carcinoma,
‘ do corpo nos recessos,
a estas horas não me faz progressos
‘ a caminho do coma?
Complexado como eu também não há
‘ ninguém!
A não ser, talvez, a minha mãe,
‘ que já lá está…
A vida, mãezinha, foi-te dura,
‘ muito embora…
Adeus, adeus!, que está na hora
‘ da levedura!